Uma guinada nas suas ideias

sábado, 28 de março de 2009


O reino de Kirius

Capítulo um

Uma cavalgada infeliz

O dia amanheceu tímido, o sol se levantou sem brilho, quase não aquecia, o céu estava límpido, não tinha uma nuvem sequer, o mar estava calmo, aquele era um dia de calmaria que anunciava uma grande tempestade.
Por entre as palmeiras surge um jovem rapaz cavalgando em um cavalo negro, seus olhos vívidos e acinzentados, cabelos escuros, rosto comprido, um sorriso cativante e sereno. Trazia no rosto uma expressão de felicidade, como se por um instante nada mais existisse ou importasse, apenas o desejo de chegar ao fim da sua cavalgada.
Parou próximo á água, as ondas molhavam as patas do cavalo, podia sentir a brisa sobre sua pele, o cheiro de maresia, tudo aquilo lhe trazia uma paz de espírito que ele não sentia há muito tempo, mas ele sabia que aquele era apenas um momento de paz em meio há um mar de turbulências.
__ Melquior o príncipe do reino das ilhas do mar do norte­­ (falava com certo tom de ironia) Serei o futuro regente de todo esse reino.
Acariciou o pescoço do cavalo.
__ è meu velho amigo, talvez eu não possa escapar do destino que traçaram para mim.
Ergueu os olhos e avistou ao longe, escondida por entre as árvores, o que lhe pareceu serem velas de um navio, eram velas negras, não as reconheceu, pois não pertenciam a nenhum navio da guarda real ou qualquer outro navio do reino, resolveu se aproximar e verificar a que navio pertencia àquelas velas. Galopou o mais rápido que pode, ao se aproximar amarrou o cavalo em uma palmeira e se aproximou mais um pouco, se esgueirando por entre os arbustos.
Era um navio pirata, um dos maiores que já tinha visto, na proa a figura de uma sereia talhada na madeira, os piratas se aglomeravam no centro do convés, faziam barulho, parecia estar havendo algum tipo de comemoração, estavam aos risos e gargalhadas, era uma verdadeira festança.
Eram figuras horrendas, rostos macabros, sujos, empunhavam espadas dos mais diversos tipos, havia neles uma felicidade que chegava a assustar, até que um deles ergueu o sabre e gritou em plenos pulmões:

__ já basta homens, vamos tragam o prisioneiro.

Aquele parecia ser o capitão do navio, era um homem alto, rude, olhos escuros, rosto marcado pelo tempo, uma barba expeça, cobria-lhe até o pescoço, usava um chapéu grande e azul, com abas largas e uma pena no topo, vestia um casaco que chegava até a altura dos joelhos, botas escuras, empunhava um sabre prateado, na cintura uma pistola de cano longo.
__ vamos, tragam o prisioneiro.

Dois piratas surgem entre a multidão, trazendo puxado por uma corda um homem de certa idade, ele estava vendado, vestia uma camisa branca e uma calça de linho.
__ vejam só aqui está o grande rei Abbul, senhor do reino do leste, como foi a sua estadia nos nossos aposentos, vossa majestade? (falava com ar irônico)
__ por favor, Marmud, não me mate, eu lhe dou o que você quiser ouro, prata, qualquer tipo de riqueza, por favor, não me mate.
O coração de Melquior estava a ponto de sair pela boca, lembrava-se das histórias de piratas que ouvia do seu avô na infância, os piratas que ele conheceu nas histórias não eram, nem de longe, cruéis como aqueles.

__ marujos ele pede por clemência, eu devo dar clemência a ele?

Os piratas gritaram em alta voz: não...

__ o que devemos fazer com ele?

Prancha, prancha, prancha...

Marmud se aproximou dele e falou ao pé do ouvido:

__ que pena meu caro! eu costumo atender aos pedidos da minha tripulação

__ vamos, levem-no para prancha homens.

O rei gritava o mais alto que podia.

__ por favor, não me matem, eu lhes dou qualquer coisa...

Nosso jovem herói sentiu um ímpeto de ir ajudá-lo, mas sabia que não poderia vencer tantos piratas sozinho, conteve-se e continuou observando.
O rei Abbul estava sobre a prancha, suas mãos estavam amarradas, para que quando caísse na água não pudesse nadar e logo morresse afogado, Marmud empunhava o seu sabre, com o qual empurrava o rei para que o mesmo andasse em direção à morte.
__ vamos, vossa majestade, ande, onde está a sua honra?(um sorriso irônico tomava todo o seu rosto)
__ não vocês não podem me matar, eu sou um rei, um nobre!

__ Ora vejam só, ele está querendo impor respeito, (se dirigia à tripulação) __ Marujos vejam, aqui temos um nobre, digno de toda honra e respeito, ele merece uma morte honrosa, vocês não acham? Tragam o colar.

__ meu caro rei você terá a morte que merece.

Trouxeram uma corrente unida nas duas extremidades, presa a corrente estava uma pedra, era tão grande que foram necessários vários homens para carregá-la, colocaram a corrente no pescoço do rei e prenderam com um cadeado.

__ vamos lá marujos, iniciar contagem.

Um, dois, três, Lançaram a pedra ao mar, o rei foi levado rapidamente para o fundo, as bolhas subiam até a superfície da água, ele tentava se salvar, puxava a corrente de todas as maneiras possíveis, mas de nada adiantava, poucos minutos depois, seu corpo estava ali inerte, sem vida, preso no fundo do oceano.

Melquior estava aterrorizado com tamanha crueldade, sentiu-se mal por não ter ajudado aquele pobre homem, mas o que ele sozinho faria contra uma multidão de piratas.

__ preciso chamar alguém para detê-los.

Montou no seu cavalo cavalgou tão rápido que mal podia ver as árvores à sua volta. Enquanto isso os piratas aportavam na praia.

__ vamos marujos tragam tudo o que conseguirem água doce, frutas, tudo que servir de suprimento.

__ capitão, veja isso (falou um dos piratas, mostrando algumas pegadas que encontrou na areia atrás de um arbusto.)

__ temos companhia...

__ veja capitão, ele estava a cavalo.

__ vamos monte uma equipe e vá atrás dele, ainda deve estar perto, vamos, rápido, tragam-no vivo, eu mesmo quero dar cabo desse espiãozinho de meia pataca.

Nosso herói galopava acelerado, cortando o vento, os gritos do rei Abbul ainda ecoavam na sua cabeça, sentiu um sopro passar perto da sua orelha, puxou as rédeas de súbito, viu cravada em uma árvore, uma flecha, seu coração acelerou mais ainda, percebeu que estava sendo seguido, apertou mais o passo, enquanto choviam flechas de todas as direções, ele conseguiu escapar de todas, até que passando por entre duas árvores, sentiu um golpe na sua nuca, sentiu seu corpo cair do cavalo, depois disso tudo escureceu, dois piratas desceram das arvores, um deles trazia na mão o galho de uma árvore, com o qual havia golpeado o rapaz.

__ infelizmente (falou um deles) você não sabia que essa ilha era um dos nossos esconderijos, conhecemos tudo por aqui, vamos amarrem-no, vamos levá-lo para o capitão.

Na praia os piratas retornavam trazendo os suprimentos que recolheram na ilha, barris cheios de água, frutas, animais, precisavam de bastante comida para alimentar toda aquela tripulação.
Um deles retornava trazendo o jovem rapaz desacordado sobre os ombros.

__ aqui está capitão, o nosso espião.

__ muito bem rapazes, onde o encontraram?

__ no meio da floresta, ele não sabia que sempre nos escondíamos por esse lado da ilha.
__ ele teve tempo de nos denunciar para alguém?

__ não sei capitão, talvez ele não estivesse só, mas nós não encontramos mais ninguém com ele.

__ joguem-no no porão, quando ele acordar, vamos descobrir se ele nos denunciou.

Quando embarcaram a carga, zarparam da ilha, nosso jovem herói permanecia desacordado, no porão do navio, sem se dar conta do seu futuro vindouro.


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2 Comentários:

Blogger Unknown disse...

mt bom cara,tá de parabéns!

15 de abril de 2009 às 06:14

 
Blogger Webster Moreira disse...

O que siguinifica kirius?
websterfg@hotmail.com

10 de abril de 2010 às 08:48

 

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